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#RESENHA - Não conte para a mamãe por Toni Maguire


Título: Não conte para a mamãe
Autora: Toni Maguire
Editora: Betrand Brasil
Páginas: 308
Idioma: Português
ISBN: 9788528615722
Ano de Lançamento: 2012
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SINOPSE: A frase que dá título ao livro de Toni Maguire, Não conte para a mamãe, poderia ser uma pacto ingênuo entre dois irmãos ou uma brincadeira entre crianças. Infelizmente, não é o caso. Na verdade, é a ameaça sofrida pela autora durante os quase dez anos em que foi violentada pelo próprio pai.
Quando aconteceu pela primeira vez, a pequena e inocente Antoniette tinha apenas seis anos. Apesar da tenra idade, tudo ficou gravado em sua memória, o tempo nada dissipou: os detalhes, os sentimentos, a dor. Foi a primeira de muitas, incontáveis vezes. Não conte para a mamãe, de Toni Maguire, desvela a comovente história de um infância idílica que mascarava uma terrível verdade.
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Aqui nós temos uma história narrada em primeira pessoa pela Antoniette, a própria autora do livro. Ela conta o que aconteceu com ela e quando você se dá conta disso, é difícil respirar. 
A história vai ser narrada desde à infância da autora até os dias atuais, intercalando entre passado e presente. 
Basicamente tudo está voltado para o fato de que o próprio pai da menina, a pessoa que deveria cuidar e amá-la, abusa dela desde os seis anos de idade. É quase inacreditável que uma pessoa tenha coragem de machucar uma criança desse jeito. Além do abuso físico, o abuso psicológico está muito presente. 



Mas o contrário do que se parece, a mãe dela não é tão inocente assim. Em muitas partes a gente percebe que a mãe dela entende o que está acontecendo, mas por "amor" ao marido, ela fica calada. O que mais doeu em Toni foi a incapacidade da mãe em ajudá-la. Foi um sentindo de traição que ela carregou por toda a vida.

— Está bem, papai — respondi. — Não vou contar.
Mas contei. Eu sentia segurança no amor de minha mãe. Eu a amava, e ela, eu sabia, me amava. Ela o mandaria parar.
Mas não parou.

O pai de Toni tinha muitos acessos de raiva e normalmente ele acabava descontando isso na menina. Abusos psicológicos, sexuais e também físicos. Ela apanhava muito, recebia socos, e a mãe colocava a culpa da filha.
Nessa noite, ele foi ao meu quarto quando eu ainda estava acordada. Arrancou minha cobertas, e senti que havia mais violência que de costume. Senti muito medo dele e comecei a chorar, assustada. 
Há uma parte no livro que relata que outro adulto, amigo do pai dela, tentou abusar da menina. Ficou claro que ele se vangloriava do abuso e contava aos amigos. Nessa cena ela acaba contando ao pai que a repreende dizendo que só ele pode fazer isso com ela. Meu Deus, é revoltante uma coisa dessas.
E não é só isso. Depois que acontece uma coisa bem terrível no livro (eu dou a dica de não lerem as orelhas do livro porque lá tem um spoiler dos grandes), a sociedade começa a julgá-la como culpada. Como se a culpa fosse dela. A CULPA NUNCA É DA VÍTIMA! É claro que estamos falando da década de cinquenta onde a mentalidade era diferente da atual, mas ainda temos situações parecidas em que as pessoas tentam por a culpa na vítima e isso é errado! É por isso que muitas mulheres acabam sendo abusadas e não relatam, por medo de serem julgadas, de serem culpadas.
— Você encorajou isso ficando em silêncio por todos esses anos; então, não me diga que é inocente.
Em Não conte para a mamãe até a própria família da Toni culpa a menina, mas não o pai. As pessoas passam a não querer ter mais contato com ela e a vida dela vai se tornando um inferno colossal. É uma história tão cruel que ela tenta suicídio. 

A escrita é bem simples, mas a história... passa longe disso. Ela conta alguns detalhes que dá nojo, dá raiva, deixa a gente incompreendida com o mundo. Se você não tem estômago forte e se revolta com as mínimas coisas, corra desse livro porque ele vai te dar nojo, vai te fazer desacreditar na bondade humana, vai te abrir os olhos para coisas reais e horrorosas nesse mundo.
Eu era uma criança cujas noites eram destruídas por pesadelos e cujos dias eram confusos. Uma criança que não apenas sentia falta de tudo que era familiar, mas também sentia medo de ter sido abandonada para sempre. 

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